19.12.06

Delírio


Há tempos eu não conseguia deliarar como tenho feito ultimamente...talvez nunca tenha conseguido de verdade. Digo viver a vida e tudo ela oferece com intensidade, aproveitar tudo...como a gente fica quando fuma um baseado! Mas no caso eu estava sóbria.

Esses últimos tempos foram assim para mim, por isso que eu sei que vou sentir falta...

Ahhh, que merda. Mesmo com tanta coisa dita eu continuo sem saber o que aconteceu...e por que tudo têm que acabar, e por que as coisas mudam pra continuar iguais, e por que...por que...por que...!

Não há lógica nisso tudo que faça eu me confortar, eu simplesmente pareço ter criado um bloqueio em mim que não permite enxergar...mas por que dói tanto?!?!

É complicado, e eu sabia desde o início que seria assim. Mas isso não me freou, e me surpreendeu eu não ter me abalado pelos meus medos...eu criei resistência, algo em mim que eu não conhecia: vontade de buscar além, esquecendo o meu lado virginiana que sempre fez eu analisar tudo como um problema de matemática. Sem razão, sem raciocínio, sem lógica...delírio, como eu nem imaginava que ocupava um espaço dentro de mim...uma loucura, algo que fazia meu coração crescer em uma proporção geométrica!

Eu também tenho medos, cismas, recalques, dores escondidas, raivas...eu não queria perder o delírio que sempre fez eu encarar tudo isso...o delírio que me deixava forte!.

Não sei...eu simplesmente não sei...como poucas vezes eu já não soube na minha vida.

Não vou buscar
A esperança
Na linha do horizonte
Nem saciar
A sede do futuro
Da fonte do passado
Nada espero
E tudo quero
Sou quem toca
Sou quem dança
Quem na orquestra
Desafina
Quem delira
Sem ter febre
Sou o par
E o parceiro
Das verdades
À desconfiança

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