Não precisava ser tão difícil.

Até sexta-feira eu estava convencida de que tudo começaria a se encaixar, que eu tinha finalmente percebido que é mais simples do que parece ser. Só fui perceber o quanto eu estava errada na última madrugada, enquanto eu estava no chão do banheiro com o telefone na mão pra o Vento escutar o meu choro e minhas lamentações do outro lado da linha. Foi assim por uma hora e meia.

Pouca coisa foi dita, mas diferente de mim, o meu anjo não diz sempre as esmas coisas. Ele é muito bom em dar conselhos [como a Alice], em parte por que ele tem duas asas, em parte por que é esse o trabalho dele.

Eu não quero mais chorar, mas tenho que admitir que quando tenho crises como essa o meu coração bate mais macio, como se não tivesse pressa, como se ele tivesse mais espaço para se ser.

"Eu amo, e sofro por que amo uma pessoa que já demonstrou de várias maneiras não merecer, ou não querer, o amor que eu sinto. Mas isso não é a pior parte."

Eu devo mudar minha postura!

Essa é uma constatação antiga, e que eu conseguir obter sozinha. A diferença é que antes eu não podia identificar os motivos dessa minha necessidade. Agora eu sei que é a minha postura diante da situação que me destrói todos os dias, e cada dia mais.

O amor é a base de qualquer relacionamento, mas não é a principal. Fica difícil chegar à uma conclusão quando duas pessoas falam de coisas diferentes. O que eu sei é que o dia em que eu encontrar alguém que me ame como Eu amo Ele, ou como o Vento ama a Quel, ou como a Grasi ama o Seco, eu não vou deixar escapar.

Dicotimia falou, no Banquete de Platão, e em outras palavras, que o amor não é só bom, ou só mal.

Isso me leva á uma das minhas máximas: "Ninguém disse que ia ser fácil".