20.1.07

Apesar das cartas...

Eu já tive medo de que as coisas mudassem, assim como eu tive medo de andar no escuro e já tive medo de a roda do parque nunca mais parar. Tudo parece mais óbvio agora que a pelumbra é menos densa. Consigo enxergar o futuro que eu li nas cartas no último dia do ano. Estou menos preocupada, mas não menos confusa.
As minhas lágrimas secaram hoje a tarde. Menos mal, já não tenho mais força para chorar, e nem quero mais.
Sem lágrimas para enxugar no meu rosto eu tive mais tempo para medir tudo o que foi bom, é muito!

A Grasi tem o dom de me animar e fazer eu pensar em coisas que me deixam feliz, as festas do Galleria, por exemplo. É sempre bom falar com ela.

Faz tempos que não calço meu All Star, essa nova Laine tá dando trabalho! Aparecer com o cabelo arrumado apesar de bêbada de fato é complicado. Sem contar que aquele maldito salto fudeu com o meu pé esquerdo. Não devo ser o que me tornei, preciso ser o que sou.

Ouvir as verdades do Potro é um passo, mas às vezes é uma volta ao passado. Preciso me preocupar menos com o que vão pensar de mim e mais com o que realmente me importa, e o que me importa é ficar bem independente do que eu precise fazer, ou do que eu deva me tornar.

Ao chegar em casa, ás cinco da manhã, apesar da noite louca, do trago e de um encontro fora dos meus planos, consegui buscar no fundo do meu coração tristeza o suficiente para escrever a carta mais "chorona" que eu já escrevi até hoje. Meu coração está tão confuso que nem as palavras saíram em uma ordem coerente. Isso já não importa, já que é mais uma carta que não vai ser entregue.


e segue o baile.

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