31.1.08

Ladrão que rouba ladrão...

Vendo postagens antigas no blog do Paulo me deparei com este post e como tava muito sem nada pra fazer resolvi roubar também...
Engraçado, por que quando eu resolvi destacar 8 coisas relevantes que não fossem sórdidas sobre mim mesma notei que eu tenho certa dificuldade pra me analisar isso explica o motivo de eu fazer tanta cagada e me arrepender logo depois...
Lá vai:

1.Tenho mania de calcular.
Não igual à do meu namorIdo lindo que tu mal pode falar em algo conectado à um número que ele já abre o celular, acessa a calculadora e começa a fazer porcentagens. Minha mania tem um cunho prático.
Odeio perder tempo, logo adotei práticas para economizá-lo: Observo as filas de supermercado, vejo o que as pessoas têm na mão, tento avaliar se elas irão pagar com cheque, cartão de crédito ou com um saquinho cheio de moedas que elas acumularam no cinzeiro do carro ao longo do ano...essas geralmente levam horas pra acertar.
Mas não é só isso, passei a calcular o tempo entre as sinaleiras e faço um organograma na minha cabeça, listando qual rua eu tenho que atravessar primeiro pra chegar no trabalho sem ter que ficar esperando na calçada até a sinaleira abrir...Calculo o tempo que eu levo até chegar na esquina, se eu imagino que terei que ficar parada esperando, diminuo o passo...
E tem o lado obsessiva compulsiva, que me leva à calcular medidas, calcular tijolos, azulejos, janelas, acentos de ônibus....

2. Tenho mania de editar links no Wickipédia.
Explico: eu ODEIO o Wickipédia, por que engraçadinho vai lá e coloca que Camões escreveu o Coríntios 13, e que aguardente é tipo de água...
Daí eu vou lá e edito... E aproveito pra postar informações relevantes como o último parágrafo da página do Tommy Lee...Corrijo eventuais erros de português detectados...
Fique claro que a Wickipédia é sempre o meu último recurso na hora de pesquisar toda e qualquer coisa.

3. ODEIO escolher filmes em vídeolocadoras.
Assim, me convida pra assistir um filme? Beleza, mas tu escolhe e pergunta se eu já assisti. Se eu assisti e é bom, não me importo nada em assistir novamente. Se eu não assisti, beleza, pode ser. Não tenho preferência por gênero nem nada, pode ser infanto-juvenil, comédia romântica, violência, ação que eu tô dentro...Mas não me peça pra escolher, ficar diante as prateleiras de uma vídeolocadora me agonia. Junto com locadoras, facilmente coloco compras de supermercado e roupas.

4. Não sou muito chegada em cumprimentar pessoas na rua.*
Isso não tem nada a ver com a minha 'qualidade' como péssima fisionomista. Eu sou capaz de olhar pra um espelho e não me reconhecer. Mas, tipo...volta e meia eu tô no caminho pro trabalho ou pra casa que são os únicos trajetos que eu tenho feito ultimamente e vejo, lá longe elguém que me lembra alguém que eu não tenha lá muita afinidade(*tá explicado agora?) e já tento disfarçar...puxo o celular e fico procurando coisa alguma, olho vitrines, olho pro chão...em últimos casos eu atravesso a rua.

5. Fear of the Dark.
Sabe aquela coisa de que tu chega à noite de uma festa, a casa vazia e tu vai até o teu quarto...o próximo interruptor de luz encontra-se à uns 20m de ti e tu te obriga a fazer esse trajeto no escuro?? Eu não sei, por que eu nunca faço esse trajeto no escuro. Sim, é estranho pq pra dormir, por exemplo, eu necessito de escuridão.
Aqui também abriria um parênteses para aqueles gritos da compania quando tu tá apreensiva assistindo um filme.
E pra trotes de telefone também...

6. Sou campeã em NÃO ler livros.
Eu resolvo ler um livro, daí eu começo a ler outro...beleza, são dois e eu dou conta. Daí aparece um terceiro, eu me desdobro e ainda consigo. No final das contas eu tenho uma pilha de livros do lado da minha cama e dou atenção pra uns 70% deles deixando os outros 30% cair no esquecimento.

7. Faço associações.
Na real todo o mundo faz, é assim que o cérebro preocessa e conecta informações. Mas qual é a outra pessoa que você conhece que associa a palavra produto á um pote de maionese. Ou a palavra carinhoso à um urso.
E tem o que eu costumo chamar de clipe. Escuto uma música qualquer e imagino um musical da brodway com personagens da Disney.

E por último, mas não menos importante.
8. Tenho medo, pavor, pânico, fobia, asco...à pontes.
Pergunta pra Su e pra Gaziii do dia que a gnt foi pra Vila Segredo.
Ou pro namorado e cunhada do dia que a gnt resolveu conhecer a obra do Rigotto na Rota do Sol.
Ou pro pai, sobre o dia que a gnt foi à Flores da Cunha montar uma festa e eu passei correndo e tremendo e apavorada e chorando por cima de um arroio cuja ponte não deveria ter mais de 40cm (sim, eu quis dizer centímetros) de altura...

Agora eu vou lá chorar no cantinho e já volto.

Fica a Dica

Site bacana que eu recebi num link-filadasputa e abri semquerer...
Nesse site você faz o upload de uma foto sua e se Simpsoniza!



aí eu fiz e acabou que não ficou nada parecido...



Ok, façam os de vocês eu me mandem por e-mail que eu publico no proximo post. Mentira!

and counting.

Ok.

Já se passaram 30 dias, 8 horas, 1 minuto e 11 segundos...
12...13...14...15...ahh, esquece!

29.1.08

A noite em que dormi com Elvis.

Cheguei em casa e ele já me esperava, uma coisinha preta e caramelo, com o rabinho abanando e se mijando de quando em quando.
O jeitinho de deitar é quase comovente, seus olhinhos caídos fizeram com que eu e meu pai o deixássemos aconchegados entre nós dois no sofá.
NO início seu nome era pra ser "ISPAIKE", mas decidimos que Elvis soava bem melhor.

Na hora de dormir foi quase triste, ele me viu indo pro quarto, me olhou com aqueles olhinhos piedosos como se dissesse: "-Vai me deixar aqui é, sua vaca!?". Não pude evitar, peguei sua casinha com o cheirinho verde dele e levei pro meu quarto.
Coloquei no cantinho, no chão, deitei na minha cama e evitei olhar pra cara dele, com a visão periférica notei que ele estava me olhando. Deitei na cama, ele continuou me olhando. Me cobri, ele continuou me olhando, liguei a tv, ele ainda me olhava...e assim foi.
Quando desliguei a luz, o recém nascido começou a choramingar, sem acender a luz eu me aproximei dele. Nem foi preciso mais nada, ele se encolheu contra meus pés e cochilou novamente. Bastava eu puxar o pé novamente pra voltar pra minha cama e já sentia ele se mexendo assustado.
Foi assim por duas vezes, até que na quarta vez eu deixei ele chorar um pouquinho...

Quando ele parou de chorar liguei a luz, ele estava lá ao lado da casinha, sentado e assutado!
Peguei ele com carinho e coloquei do meu lado na cama...ele não queria apenas ficar na cama, ele queria proteção. Foi se rastejando devagarzinho, como se pedisse permissão para que eu dividisse meu travesseiro com ele, hesitei um pouco mas novamente os olhos pidões me ganharam.
Adormecemos.

Por volta das 3 e meia da madrugada eu me acordei e acendi a luz, não por nada, mas apenas por um reflexo involuntário, e ele continuava lá, na mesma posição. Fiquei admirando por um tempo, mas não demorou muito pra que ele começasse e se mexer. Acordou, mas não quis atrapalhar meu sono, ficou me cheirando enquanto eu fingia estar dormindo. Recolheu-se novamente.

De manhã, me tirou da cama com leveza, brincou comigo até eu me levantar. Me seguiu até o banheiro e ficou me esperando, com muita calma até que eu escovasse os dentes.
Levei-o prá fora e logo ele pegou intimidade com os 4 gatinhos, ficou lá, cheirando qualquer coisa.

O Elvis tem orelhas maiores que o rosto, patas grandes, também maiores que o rosto. Cheirinho de ração e olhos pidões.
É o Elvis mais lindo do mundo, aposto!

25.1.08

Eu tive um sonho, vou te contar.

Mais um episódio da estranha série...

Era manhã, passava das 8:30. Ouvi minha mãe se levantando e fazendo barulho preparando-se para sair.

Preocupada em aproveitar o restinho de sono que eu ainda tinha, me aconcheguei nas cobertas e meti a cara contra o travesseiro e a parede...ainda acordada minha mente embarcou em uma viagem estranha...um daqueles sonhos que não fazem muito sentido. Enfim...

Eu corria, assim como Julie Andrews em The Sound of Music, saltitante e feliz por um gramado verdejante e ralo...O cenário lembrava algo entre Willy Wonka & the Chocolate Factory e...sei lá, The Grinhc, porém menos sombrio....

Era mágico, havia chocolates, árvores de algodão doce, cascatas de mm's, estradinhas de muffins...lindo lindo. A casa da bruxa da história João e Maria era fichinha perto dos meus doces campos...

Mas agora vem a parte estranha [abre parênteses] claro, por que cascatas de mm's é uma coisa absolutamente normal: [fecha parênteses]

Eu comia tranquilamente e muito feliz, saltitando, claro, a lá Julie Andrews ao som de "All Together Now", havia bonequinhos tipo Oompa Loopma fazendo baching vocal e coreografia...

No final, onde a música começa a ficar mais acelerada eu comia com maior voracidade, digna de um estivador, dançava de forma acelerada e frenética...e bem no final, onde os 4 Beatles unem as vozes pra prolongar a frase título da música, eu e os demais componentes do cenário parávamos de comer, girávamos e fazíamos cara de dor-de-barriga [pudera].

Acabou com todo o mundo lambuzado de chantily, atirados no chão, porém vestidos [vcs que logo pensam em putaria!].

Acordei com congestão.

24.1.08

Vai Willy!!!

[01.jpg]

conhece???

não???

É a Livy, tióta!!!!

23.1.08

Em resposta...

Para estar junto, não é preciso estar perto, e sim do lado de dentro.
Leonardo da Vinci


Desculpa o transtorno e o barulho, mas a vida é um pouco mais do que vontades próprias.

22.1.08

Hoje vai ter uma festa...

E hoje quem tá de parabéns...
Plash! Plash! Plash!
Plash! Plash! Plash!
...é o Jon!
Aeeee...23 anos que ele veio ao mundo pra deixar as pessoas mais felizes!


Jon!
Parabéns por ser tudo que tu é...inclusive por ser meu namorado!
RÁ!

21.1.08

Parabéns pra mim!

Plash! Plash! Plash!
Plash! Plash! Plash!
aplausos!!!


[_21-07-07+009.jpg]

Hoje faz seis meses que eu roubei o primeiro beijo da boca do Jon!


=)


Culpa

Quem duvida da vida tem culpa,
quem evita a dúvida também tem...

17.1.08

Conjuntura.

Colocaram o meu coração num saquinho plástico.
Aí fecharam o saquinho com as mãos, empurrando e pressionando fazendo com que saísse todo o ar que tivesse dentro do saquinho.
Aí apertaram tanto que começou a doer.
Aí o saquinho estourou.
Aí o coração caiu no chão.
E aí meu coração ficou lá, no meio do passeio.

Desconjuntura.

[Ghislain]


E aí eu fiquei lá.
Sem saber se era dia ou se era noite.

16.1.08

bahhhhhhhhhhhhhh

A Edie Sedgwick colocou a Marilyn Monroe no chinelo....Bahhhhhhh!!!!

...baahhhhhhh....

14.1.08

eu só queria me casar...


Enquanto eu olhava minhas fotos de quiança eu lembrava..

Dentro da minha fantasia infantil tudo era muito claro e real: Eu iria me casar, certamente! Eu nunca planejei minha vida de casada, mas o casamento...

Com meus 10 anos eu já havia planejado todos os detalhes: a música não seria uma marcha nupcial e sim True Colors. As flores da igreja seriam orquídeas afinal, quem se importa com o valor da festa quando se trata de casamento? Eu nunca fui muito libertária, sempre fui tradicionalista quando se tratava de casamentos... Vestido branco, nada de querer bancar a Madona entrando na igreja de vermelho!
Como todo a festa de casamento tradicional pede haveria venda dos acessórios dos noivos pra arrecadar fundos para a Lua de Mel, brinde, dar torta na boca pra bater a foto, jogar o buquê, banho de arroz [embora eu ache isso totalmente desconfortável...]!!
Ahhh..como era tudo lindo!

Mas aí eu descobri a vida, e daí inventaram aquela história de que não é mais necessário casar virgem...

11.1.08

Ghislain, para íntimos.

Demora um pouco, mas eu geralmente entendo o que ele quer dizer.
Ainda que surrealismo não diga nada.


8.1.08

Descubra porque Caxias do Sul é uma cidadezinha de merda em uma lição:

Matéria publicada no Jornal Pioneiro de hoje.

Um relato impressionante
Adolescente de 16 anos que foi torturado em Flores da Cunha fala pela primeira vez à imprensa sobre o caso

Ele diz não ter como reconhecer os PMs que cometeram a agressão, pois estava de bruços dentro da casa, e que também nunca havia visto os brigadianos. Ainda muito abalado, o rapaz, que faz biscates como pintor, pede justiça e tenta fazer a vida voltar ao normal.

Porto Alegre - Os cinco rapazes torturados em uma ação da Brigada Militar (BM) não souberam identificar quais PMs foram responsáveis pelo abuso cometido na madrugada de 27 de dezembro, em Flores da Cunha. No domingo, 42 policiais suspeitos, incluindo cinco oficiais, foram submetidos a reconhecimento no quartel da corporação, em Porto Alegre.

Principal vítima, o adolescente de 16 anos que teve um cabo de vassoura introduzido no ânus não conseguiu apontar de quais PMs partiram as agressões. Esse detalhe pode dar novo rumo às investigações do caso que, desde ontem, estão sendo feitas em conjunto pela Polícia Civil e pela corregedoria-geral da BM.

Depois de permanecer quatro dias no Hospital Geral, em Caxias do Sul, para tratar os ferimentos, e outros seis dias se recuperando em casa, com familiares, o adolescente decidiu romper o silêncio e falar publicamente sobre o drama vivido na companhia dos amigos. Ele recebeu o Pioneiro no final da tarde de ontem, acompanhado do advogado Marcelo Fiorese. O jovem ainda tem dificuldade para caminhar e ostenta no abdômen um corte feito durante o procedimento cirúrgico. O rapaz sem passagem na polícia detalha as agressões e o constrangimento vividos durante a tentativa de empalamento.

O menor atribui a dificuldade de reconhecer os agressores à maneira como ele e seus amigos foram torturados na casa do gesseiro Valdir Garcia de Moura, 39, autor confesso do assassinato do sargento Luiz Ernesto Quadros Mazui, 41. O adolescente teria ficado de bruços o tempo todo, algemado ao braço de outro amigo, também menor, o que impediu a visualização dos PMs. Segundo ele, as outras vítimas, Eduardo de Moura, 18, e Miler Marcante, 22, tiveram sacos de plásticos colocados na cabeça, prejudicando, também, a identificação. Porém, ele tem uma certeza: os policiais responsáveis pelo abuso não eram de Flores da Cunha.

Pioneiro: O que você fazia na casa onde mora o gesseiro Valdir de Moura (assassino do sargento da Brigada Militar)?
Vítima: Eu tinha ido na casa da Janet, que mora embaixo. Sou amigo de um dos filhos dela. Cheguei uma hora e meia antes de a confusão começar. Queríamos fazer um churrasco em um camping mas, por causa da confusão, desistimos e ficamos na casa. A gente estava no lado de fora, bebendo. Eram umas dez horas da noite. Daí, passaram os motoqueiros (dois desafetos de Valdir e de seus filhos) provocando e imaginamos que ia dar confusão. Entramos na casa.

Pioneiro: Pouco depois aconteceu o assassinato. O que vocês fizeram?
Vítima: Depois que o policial foi morto, nós ficamos todos abaixados na cozinha (no térreo). Em seguida, fomos para um quarto para fingir que estávamos dormindo. Foi a dona da casa (Janet) que pediu para a gente ir lá, para evitar qualquer confusão ou para que a polícia não ficasse pensando que a gente tinha alguma coisa a ver com a morte. Não fiquei com medo porque eu não tinha culpa. Passaram uns 10 minutos até a chegada dos PMs.

Pioneiro: Como foi a ação dos PMs?
Vítima: Primeiro, mandaram o pessoal que mora em cima descer para o pátio. Eram todos familiares do Valdir. Depois, arrombaram a porta da casa de baixo e mandaram a gente sair. Na casa estavam eu e mais cinco amigos, além da dona Janet e de um senhor de 63 anos, que é pensionista. Quando ordenaram para a gente sair, fomos numa boa. O senhor dormia e os policiais fizeram ele saltar da cama. Dali, fomos para a calçada e ficamos sentados no cordão. Um dos PMs perguntou de quem era a moto estacionada. Falei que era a minha. Passou um tempo e me chamaram para um canto. Queriam saber onde estava o Valdir. Respondi que não sabia. Daí, levaram eu e o meu amigo (outro menor) para dentro da casa do Valdir. Quando chegamos lá, já tinha mais dois rapazes no corredor e mandaram a gente se ajoelhar.

Pioneiro: Quantos policiais estavam no local?
Vítima: Eram uns 10 policiais, todos fardados.

Pioneiro: O que os policiais faziam?
Vítima: Os dois (Eduardo e Miler) estavam algemados. O Eduardo estava deitado e tinha um saco na cabeça. Davam socos, tapas, coronhadas e pontapés. O Miler, ajoelhado, também apanhava.

Pioneiro: E o que aconteceu contigo e com outro menor?
Vítima: A gente estava ajoelhado e preso na mesma algema. Um dos policiais me estrangulou com o braço (golpe de gravata) e outro colocou uma pistola na minha cara. Daí, desmaiei, sufocado. Acordei e levei novo susto porque o policial apontou a pistola na minha cabeça, engatilhou e perguntou: onde é que está o Valdir? Agora tu vais falar, tá todo mundo cansando e já chega. Fala ou já era. Eu só dizia não sei, não sei.

Pioneiro: Quanto tempo isso durou?
Vítima: Apanhei uns 10 minutos. Eles só queriam saber onde estava o Valdir.

Pioneiro: O que houve em seguida?
Vítima: Me deram mais uns tapas, me colocaram de bruços no chão e tiraram minhas calças. Um policial me segurou e o outro introduziu o cabo (de vassoura).

Pioneiro: O que eles diziam?
Vítima: Falavam só que iam me transformar numa menininha.

Pioneiro: Da onde pegaram o cabo?
Vítima: Da casa. Tiraram a vassoura e trouxeram o cabo.

Pioneiro: Você ficou consciente o tempo todo?
Vítima: Sim. Só não podia olhar porque estava de bruços.

Pioneiro: Quanto tempo essa agressão durou?
Vítima: Acho que foi uns 15, 20 minutos. Sem parar. Não posso afirmar o tempo certo, mas foi terrível. Parece que durou um ano.

Pioneiro: Havia outros policiais junto?
Vítima: Vários. Eles só olhavam e não faziam nada. Faziam piadinhas, tipo quanto tempo esse aqui agüenta (agressões), quanto tempo esse agüenta sem respirar...

Pioneiro: No momento das torturas, havia policiais também no lado de fora?
Vítima: Tinha muito policial. A gente gritava quando apanhava, gritava alto, todo mundo. Até no centro da cidade poderiam ouvir.

Pioneiro: As portas do corredor e da casa estavam abertas?
Vítima: Ficaram abertas.

Pioneiro: Onde estavam os outros policiais? Algum deles chegou a pedir para que as agressões parassem?
Vítima: Os outros ficaram surrando os guris. Pararam e nos soltaram só quando disseram que iam pegar o equipamento de choque. Daí, gelamos e ficamos com medo, mas não fizeram mais nada com a gente.

Pioneiro: Em nenhum momento ninguém interveio?
Vítima: Intervir de que jeito? Eram policiais. Até entendo o pessoal que ficou lá fora, porque não tinha como intervir.

Pioneiro: Que menção eles fizeram sobre o filme Tropa de Elite?
Vítima: Tinha um policial que coordenava as torturas. Ele dizia: zero dois, bota o saco nesse aqui. Zero dois, faz esse aqui falar. Falava igual ao filme, bem igual.

Pioneiro: Tu tinhas alguma inimizade com esses policiais?
Vítima: Não. Eu não conhecia nenhum deles. Mas posso afirmar que nenhum era de Flores (da Cunha).

Pioneiro: Quando eles desistiram da tortura?
Vítima: Não lembro ao certo. Eles só pararam quando disseram que iam pegar o negócio para dar choque na gente. Ficamos deitados e eu com a calça abaixada. Se eu levantasse para olhar, levava um tapa.

Pioneiro: Quanto tempo ficaram com vocês na peça?
Vítima: Mais ou menos uma hora.

Pioneiro: Viu se entrou algum oficial?
Vítima: Eu não posso dizer porque não consegui ver, mas o meu amigo (o outro menor) falou que tinha um que ordenava as torturas. Ele falava igual ao filme (Tropa de Elite). Não sei quem era, porque estava de bruços. Colocaram sacos na cabeça do Eduardo e no outro menor. Isso eu vi.

Pioneiro: O que tu pensavas?
Vítima: Só imaginava que tava morto, que iam nos matar.

Pioneiro: O que aconteceu depois?
Vítima: Eles voltaram e mandaram eu me vestir e encostar na parede. Ficamos todos sentados de costas para a parede no corredor.

Pioneiro: Quanto tempo mais ficaram ali, apanharam mais?
Vítima: Não, depois disso parou tudo e ficamos lá sentados no corredor mais uns 20 minutos.

Pioneiro: Entravam policiais?
Vítima: Entraram vários. Teve um que passou por nós com a filha do Valdir para pegar alguma coisa.

Pioneiro: E os agressores?
Vítima: Foram todos para fora e não voltaram mais. Outros policiais tiraram a gente da casa. Daí, fomos para o ônibus. Ficamos uns minutos lá e a conselheira tutelar levou a gente para o hospital. Fomos de viatura com a conselheira. Tinha um soldado no carro e falei para ele "tu viu o que fizeram comigo? Ele (o policial) fez uma cara assim... (expressão de surpresa)."

Pioneiro: Como foi no hospital de Flores da Cunha?
Vítima: O médico me olhou. Mostrei que estava sangrando e o médico somente olhou e deu o laudo. Só isso. Sentia dores. No outro dia fui para o hospital (Hospital Geral, onde foi submetido a uma cirurgia).

Pioneiro: E a sua família?
Vítima: Ficou muito chateada.

Pioneiro: Já manteve contato com teus amigos de novo?
Vítima: Sim.

Pioneiro: O que vocês conversam?
Vítima: Só pensamos em fazer justiça. Só isso.

Pioneiro: Por que você não conseguiu reconhecer, domingo, em Porto Alegre, quem lhe torturou?
Vítima: Não consegui reconhecer porque nunca vi eles antes. Acho que porque eram policiais de Caxias do Sul.

Pioneiro: O que você pensa sobre tudo isso?
Vítima: Só quero que quem fez isso comigo seja punido. Fiquei abalado com o que aconteceu. Isso não acontece todo dia.

******

Conclusão:
Caxias do Sul é um cidadezinha interiorana de merda por que brigadiano gringo E FDP não sabe diferenciar filme de critica social e filme de treinamento de como trabalhar na brigada.

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    4.1.08

    Navegar é Preciso




    (...)
    Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
    Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
    Só quero torná-la grande,
    ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
    (...)

    F. Pessoa.

    2.1.08

    resoluções de 2007.

    No fim de tudo o saldo foi positivo.
    E no meio de tudo, você...

    Tão bom morrer de amor e continuar vivendo.

    Mário Quintana