Se se morre de amor?
Às vezes eu fico tentando decidir quando começou...
Se foi naquele dia da Festa a Fantasia, quando eu ficava sapateando com a minha capa de Branca de Neve ao teu redor pra ver se tu me notava...
Ou se foi naquela Festa Junina, com um monte de gente entre nós dois e nada ao mesmo tempo...
Ou se foi naquele Domingo do Terror!, "por cima do ombro do Gel", como a gente costuma dizer...
E tem também aquela noite pós-Revival na casa do Rafa...aquela em que eu rasguei a tua calça!
Faz dois anos... Eu entrei do teu lado no bar, dancei pra me fazer notar e te roubei um beijo!
Ao som de Sgt. Pepper's Lonely Heart's Club Band!
Não vou falar de como têm sido, isso a gente sabe por que é o que a gente vive a cada dia.
Vou me arriscar num palpite e dizer como vai ser: nós dois velinhos, em uma ilha ou no meio da multidão. Mas juntos! Por que agora, é só assim que eu sei ser...
Alma, sentidos, coração — abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d'extremos,
D'altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr'ender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D'aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!