5.11.07

ainda lembro de janeiro...

meu anjo da guarda não acredita em assombração.
ele me falou algo parecido com "é coisa da tua cabeça" e eu acredito, ou prefiro acreditar.
até que faz sentido, mas de tanto procurar sentido em tudo, um dia eu qause parei de sentir...
às vezes eu queria viver como ele, acreditar mais na vida e não ter medo de acreditar nas pessoas, por que é sempre aí que eu me quebro, acabo tirando de mim na esperança de ter algo em troca.
no fim acaba sempre da mesma forma, o pouco que eu ofereço é facilmente trocado por meia dúzia de mentiras bonitas...

sobre sonhos, ele costuma me dizer que são os meus medos...eu geralmente fico com medo dos meus sonhos, mas só depois que eu sei que eles existem.
viver é perigoso, e não conseguir dominar [ou ter controle] sobre a realidade assusta. sonhar é perigoso também...e meus monstros me assombram até nos sonhos.

sobre mim ele fala muito pouco, fala sobre minha mania de virginiana, de achar sempre um meio de me culpar por toda e qualquer catástrofe. se o PIB baixou a culpa é minha, se o preço da cerveja aumenta a culpa é minha, se o "curitcha" perde a culpa é minha... eu nunca vou consegui proteger o mundo todo, e muito menos quem acha que não precisa de proteção, ou de ouvir, ou de atenção, ou de colo... fala também do meu jeito de acalmar, fala do meu jeito de não saber falar sobre mim...e fala que talvez seja exatamente a minha dificuldade de resolver a minha vida que me faça sentir responsável sobre as pessoas que eu amo.

notei que ultimamente eu tenho dado muita importância pra quem não tem espaço pra mim. as promessas e até mesmo as vivências foram esquecidas em troca de meia dúzia de metáforas, meia dúzia de fotos coloridas ou meia dúzia de bebedeiras. pouco têm importado o que me aconteceu, e ouvir, entre uma trufa e outra que os meus problemas não passaram de um forma barata de tirar a minha culpa foi o estopim. algumas pessoas vão sempre pensar o pior de mim, e vão acabar por não dar importância pelo o que eu tô passando [de tão vazias fazem do pouco que têm algo maior do que realmente é]. e algumas pessoas são transparentes, não falam demais por mal. e tem ainda aquelas, que têm certa dificuldade em falar que fazem e realmente fazer. [ e tem é claro, aquelas que conseguem ser as três ao mesmo tempo.]
eu me traí quando acreditei nas meias verdades de sempre, [sim, de sempre]. mas foi a última vez.

eu tô no mesmo lugar. vou ficar aqui e parar de correr atraS.
a única coisa que eu quero, é janeiro devolta! =(




a metáfora de narciso. a pintura do sonho.

3 comentários:

Anônimo disse...

Laine janeiro num volta... e quando janeiro chegar, já não vai ser mais janeiro. vc tem que fazer um novo janeiro dezembro novembro cada vez melho.

"Depende de nós, quem já foi ou ainda é criança, que acredita ou tem esperança, quem faz tudo pra um mundo melhor, depende de nós, que o circo esteja armado, que o palhaço esteja engraçado, que o riso esteja no ar, sem que a gente precise sonhar..."

Adele Corners disse...

Ai ai ai pra ti tb.

Paulo disse...

A minha forma de resolver um problema parecido foi: egoísmo. Isso, sem a hipocrisia que cerca a palavra, me preocupar comigo, sempre. Quem quiser me acompanhar, que venha. Mas já não acompanho mais ninguém.
Beijos!